
A receita parece fácil:
um bom salário + pequenas despesas = bons aportes.
Bons aportes * anos = um patrimônio que te deixará, digamos, mais livre, leve e solto.
Parece fácil! Mas algumas boas armadilhas estão no caminho.
Tenho alguns pares na empresa em que trabalho que ganham o mesmo que eu (já falei sobre meus salários em algum momento do blog, pesquisa aí), o destino do dinheiro que cada um de nós toma é curioso, são opostos. A tendência natural de alguém que comece a ganhar bem (ou às vezes nem tão bem assim) é demonstrar aos outros que agora ele passou a desfrutar os bens de consumo chamados posicionais: celular, tablet, notebook, carro da moda, apartamento grande, decoração cara, almoço caro, vinho bom, cerveja importada, etc. Nada contra o uso que cada um faz do seu salário, "daqui não levamos nada", muitos dizem, "o dinheiro é pra isso", outros gritam, "caixão não tem gaveta", ironizam os mais descolados (esses são os piores...rs). Concordo! Mas devemos bancar a dependência que isso irá gerar de um trabalho desgastante, estressante e que não te deixará tempo para fazer coisas simples; sem contar que todos terão que manter o ritmo intenso deste trabalho por anos a fio, a fim de sustentar o alto padrão de consumo gerado (e sem construção de patrimônios sólidos, importante ressaltar).
Alguns argumentam comigo, cara eu tenho um apartamento (financiado em 30 anos) que vale no mercado R$ 600.000, quando eu quiser eu vendo ele e embolso a grana. Mas aí é que entra a perversão do jogo das aparências. O cidadão dificilmente vai vender o apartamento em que mora, no qual dedicou tempo em obras, em decoração, por onde seus familiares, amantes e amigos passaram, para "downgradear" em seu status social e passar a morar naquele apartamento tacanho, sem vista, sem grande potencial de impressionar alguém; esse é o ponto, meus pares (e tantos outros que estão aí do seu lado) querem a todo momento impressionar alguém, eles usam seus salários para adquirir visibilidade social em detrimento à construção de um patrimônio sólido "que não tem graça, ninguém consegue saber quanto você tem na conta, que diferença faz?". Nessa lógica perversa o que importa não é ter, é aparentar ter.
Prefiro ter e manter um padrão que posso sustentar (e que me permite ter bons aportes mensais), a entrar nesse jogo de visibilidade social que só me trará falsos amigos, mulheres e aproveitadores.
Meus caros, quem vive de aparência é puta!
Abs!
Abs!